Superação, fé e o chamado ao serviço

 CONVERSÃO ESPIRITUAL / MINISTRO DA EUCARISTIA


Superação, fé e o chamado ao serviço


Aqui está uma entrevista com enfoque  dramático e profundo, destacando a transformação de uma pessoa distante da Igreja até sua verdadeira conversão e chegada ao ministério extraordinário da Eucaristia. 



Entrevista: Da Distância à Conversão – A Jornada de um Ministro da Eucaristia


Entrevistado: Antônio Mendes, ministro extraordinário da Eucaristia há 8 anos


1. Antônio, pode nos contar sobre sua relação inicial com a Igreja?


Antônio: Minha relação com a Igreja no início era praticamente inexistente. Fui batizado quando bebê, mas minha família não era muito praticante. Cresci vendo a religião como algo secundário, algo para idosos ou pessoas que precisavam de consolo. Durante minha juventude, eu estava mais interessado em festas, trabalho e conquistas materiais. Era um mundo que parecia brilhante, mas no fundo era vazio.


Teve uma fase especialmente difícil, em que me afastei completamente de qualquer prática religiosa. Não rezava, não ia à missa, e se alguém falasse de Deus, eu até zombava. Achava que tinha controle sobre tudo e que não precisava de fé.


2. Qual foi o ponto de virada que o fez reconsiderar sua vida espiritual?


Antônio: Foi um momento muito doloroso. Perdi meu pai de forma repentina. Ele teve um infarto fulminante e partiu sem que eu pudesse sequer me despedir. Até então, eu via meu pai como uma figura forte, quase imortal. Sua morte foi como um golpe que me tirou o chão. Passei semanas me perguntando sobre o sentido da vida. Como alguém tão presente podia simplesmente desaparecer?


Comecei a beber mais do que o normal para tentar sufocar a dor. Isso acabou prejudicando meu casamento e meu trabalho. Minha esposa tentou me ajudar, mas eu estava tão fechado que não queria ouvir ninguém. Foi quando, em um desses dias escuros, minha mãe me disse algo que mudou tudo: “Por que você não conversa com Deus? Talvez Ele tenha as respostas que você procura.”


3. Como foi esse primeiro encontro com Deus depois de tanto tempo?


Antônio: Foi difícil. Decidi entrar em uma igreja em um dia comum, quando estava quase vazia. Sentei no banco e fiquei olhando para o altar. Eu nem sabia o que dizer ou fazer. Me senti pequeno, sujo, indigno de estar ali. Mas algo dentro de mim começou a se mexer. Pela primeira vez, chorei como uma criança. Foi como se todo aquele peso que eu carregava tivesse finalmente encontrado um lugar para cair.


Eu disse: “Deus, se o Senhor realmente existe, me mostra um caminho. Porque sozinho, eu não consigo mais.”


Depois daquele dia, comecei a sentir uma pequena chama dentro de mim, algo que eu não sabia explicar. Fui voltando à missa aos poucos, mais por curiosidade do que por devoção.


4. Como foi sua caminhada de volta à Igreja?


Antônio: Foi um processo de altos e baixos. Não foi fácil aceitar que eu precisava mudar tantas coisas. A princípio, eu apenas assistia à missa sem muito envolvimento. Mas, aos poucos, comecei a perceber que algo ali me tocava profundamente. Era como se o Evangelho estivesse falando diretamente para mim.


Um dia, ouvi o padre dizer durante a homilia: “Não importa quão distante você esteve de Deus, Ele nunca desistiu de você.” Essas palavras me atingiram em cheio. Eu estava tentando me reconciliar com Deus, mas percebi que Ele já estava de braços abertos, esperando apenas o meu sim.


Comecei a frequentar a confissão depois de muitos anos. No início, confessei com vergonha, mas saí de lá com uma sensação de alívio que nunca tinha experimentado. Também comecei a rezar o terço com minha esposa, algo que nos uniu novamente.


5. O que o levou a se tornar ministro extraordinário da Eucaristia?


Antônio: Esse chamado foi uma grande surpresa para mim. Quando minha fé começou a se fortalecer, passei a me envolver em algumas atividades na paróquia. Participava de grupos de oração e ajudava em eventos. Certo dia, o pároco me chamou para conversar. Ele disse: “Antônio, você já pensou em servir como ministro extraordinário da Eucaristia?”


Na hora, eu recusei. Disse que não era digno, que meu passado não me permitia uma função tão sagrada. Mas o padre me respondeu: “É justamente porque você sabe o que é estar longe de Deus que pode ajudar outros a encontrá-lo. Você é prova viva da misericórdia divina.”


Essas palavras ficaram ecoando na minha mente por dias. Depois de muita oração, percebi que Deus realmente estava me chamando para servi-Lo dessa forma. Aceitei, mas com muito temor e respeito.


6. Como foi a experiência de sua primeira comunhão como ministro?


Antônio: Nunca vou esquecer aquele dia. Quando o padre me entregou o cibório com o Corpo de Cristo e me enviou para distribuir a comunhão, senti um peso enorme. Não um peso ruim, mas uma responsabilidade que vinha do coração. Cada pessoa que se aproximava para receber Jesus me fazia lembrar que Ele confiava em mim para ser um instrumento.


Quando cheguei em casa, chorei novamente. Eu, que um dia estive tão perdido, agora estava ajudando a levar o próprio Cristo às pessoas. Era algo que eu nunca imaginaria para mim.


7. Quais foram os maiores desafios nessa nova missão?


Antônio: Um dos maiores desafios foi superar o meu passado. Muitas pessoas que me conheciam antes diziam: “Como é que ele virou ministro da Eucaristia?!”. No início, isso me abalava muito. Mas percebi que não precisava provar nada para ninguém, apenas para Deus.


Outro desafio é manter-se em constante estado de oração e humildade. A missão de um ministro não é só na missa, mas na vida inteira. Preciso estar sempre vigilante para não cair na tentação de achar que isso é sobre mim. É tudo sobre Cristo.


8. Existe algum momento marcante em sua caminhada como ministro?


Antônio: Sim, muitos. Mas um dos mais marcantes foi quando levei a Eucaristia a um homem que estava internado com câncer. Ele estava muito fraco, mas, ao receber o Corpo de Cristo, começou a sorrir e disse: “Agora posso descansar em paz.” Dois dias depois, ele faleceu.


Esse momento me mostrou a profundidade do que fazemos como ministros. Não estamos apenas distribuindo um pedaço de pão. Estamos levando Jesus, a força e o consolo que só Ele pode dar.


9. O que o senhor diria para alguém que está distante da Igreja?


Antônio: Eu diria: “Deus nunca desistiu de você.” Não importa o que você tenha feito ou o quão longe esteja. Ele está esperando por você de braços abertos. Dê um passo, apenas um, e você verá como sua vida pode mudar.


Conclusão: Um Testemunho de Fé e Esperança


A história de Antônio Mendes é um lembrete poderoso da misericórdia de Deus e do chamado à conversão. Sua jornada, repleta de dores e superações, revela que nunca é tarde para voltar aos braços do Pai.


Deus não escolhe os perfeitos, mas transforma aqueles que dizem “sim” ao seu chamado. Como ministro extraordinário da Eucaristia, Antônio é prova viva de que a graça divina pode mudar vidas, mesmo nas situações mais difíceis.


"Você já teve uma experiência  que transformou sua relação com Deus? Conte-nos."



Superação, fé e o chamado ao serviço Superação, fé e o chamado ao serviço Reviewed by Construindo Histórias on dezembro 14, 2024 Rating: 5

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