As Coisas de Deus Não São Deus: O Perigo do Ativismo Espiritual e o Esquecimento de Deus no Ministério

 ESPIRITUALIDADE / RELACIONAMENTO / DEUS


As Coisas de Deus Não São Deus: O Perigo do Ativismo Espiritual e o Esquecimento de Deus no Ministério


 “As coisas de Deus não são Deus”, vamos abordar o contexto de pessoas que exercem ministérios na igreja, mas esquecem o próprio Deus, se enganando ao focarem nas atividades e não no relacionamento com Ele.





Introdução


A frase “As coisas de Deus não são Deus” nos leva a uma reflexão profunda sobre a essência do cristianismo, desafiando-nos a compreender a diferença entre servir a Deus e se perder nas atividades que envolvem a vida cristã. Em um mundo onde o ativismo religioso é muitas vezes celebrado, pode ser fácil para aqueles que exercem ministérios na igreja se perderem na prática e se distanciar do verdadeiro propósito: o relacionamento íntimo com Deus. Este artigo busca explorar como pessoas envolvidas em ministérios podem se enganar, acreditando que estão servindo a Deus, mas, na realidade, estão se afastando d’Ele ao priorizar as coisas d’Ele em vez de Deus em Si mesmo.


1. A Confusão Entre as Coisas de Deus e Deus


Desde os primórdios da história bíblica, a humanidade tem lutado para distinguir entre Deus e as coisas relacionadas a Ele. O Antigo Testamento relata várias vezes como o povo de Israel se afastava de Deus ao focar nas bênçãos, símbolos e rituais, enquanto ignorava o próprio Senhor.


1.1 A Tentação do Legalismo e das Obras


Nos tempos bíblicos, muitas vezes os israelitas se viam tentando cumprir a lei de Deus por meio de uma série de rituais e cerimônias, mas sem um coração verdadeiro voltado para o Senhor. Jesus, em Sua passagem pela terra, criticou severamente esse comportamento, alertando sobre a hipocrisia de manter as formas de adoração sem viver conforme a verdadeira vontade de Deus. Em Mateus 15:8, Ele disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.”


1.2 O Perigo do Ativismo Religioso


Nos dias atuais, muitos cristãos se encontram no mesmo dilema. O ativismo religioso, isto é, a prática incessante de atividades religiosas, muitas vezes se torna um substituto do verdadeiro culto a Deus. Ministérios de música, ensino, diaconia e outros se tornam ocasiões para mostrar habilidade ou busca por reconhecimento, em vez de simplesmente um meio de glorificar a Deus.


2. O Engano de Estar “Trabalhando para Deus” sem Conhecer Deus


A questão central aqui é o engano em que muitas pessoas caem ao acreditar que estão “trabalhando para Deus” sem, de fato, ter um relacionamento íntimo com Ele. É possível se envolver profundamente em atividades e ministérios na igreja e ainda assim não conhecer a Deus de maneira verdadeira e pessoal.


2.1 O Perigo de Substituir o Relacionamento com Deus pelas Atividades


Ministérios e tarefas dentro da igreja são essenciais e, em muitos casos, são a forma como Deus escolhe agir no mundo. No entanto, quando alguém se concentra apenas nas atividades, sem cultivar um relacionamento pessoal com Deus, pode acabar confundindo o trabalho para o Senhor com o próprio Senhor. A oração, a meditação na Palavra e o arrependimento diário são fundamentos que não podem ser negligenciados.


2.2 A Falta de Intimidade com Deus nos Ministérios


Muitas pessoas, ao exercerem ministérios, se dedicam tanto ao trabalho que acabam negligenciando sua vida espiritual. A falta de tempo para oração, a ausência de meditação nas Escrituras e a busca por uma relação mais profunda com Deus podem levar ao cansaço espiritual e à frustração. Isso pode ser perigoso, pois ao invés de serem canais de bênçãos para os outros, essas pessoas podem se tornar apenas mais uma máquina de fazer “coisas” para Deus, esquecendo que o primeiro chamado é para estar com Ele.


3. As Consequências de Se Esquecer de Deus no Ministério


Quando a pessoa se esquece de Deus no exercício do ministério, começam a surgir várias consequências espirituais e práticas.


3.1 O Risco de Perder a Visão Espiritual


Sem a presença contínua de Deus, a visão espiritual de alguém que serve em um ministério começa a se turvar.

As ações começam a ser motivadas por interesses pessoais, como reconhecimento, status ou aprovação dos outros, em vez de serem movidas por um desejo genuíno de glorificar a Deus. O apóstolo Paulo adverte em 1 Coríntios 10:31: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”


3.2 O Perigo do Orgulho Espiritual


Pessoas que se envolvem com ministérios podem começar a se sentir superiores espiritualmente aos outros. Isso pode gerar um espírito de orgulho que as afasta ainda mais de Deus, pois elas deixam de reconhecer que, sem Deus, nada podem fazer. Jesus ensina em João 15:5: “Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”


4. Como Evitar o Engano e Voltar ao Foco em Deus


A boa notícia é que, embora seja fácil se perder nas atividades religiosas, também é possível retornar ao verdadeiro propósito do ministério: glorificar a Deus e buscar um relacionamento íntimo com Ele.


4.1 Cultivar um Coração de Adoração


O primeiro passo é cultivar um coração de adoração genuína. Isso significa buscar a presença de Deus em todos os momentos da vida, não apenas quando se está envolvido em atividades ministeriais. A oração pessoal e a leitura das Escrituras são cruciais para manter uma conexão viva com Deus. Jesus ensina em João 4:24 que “Deus é espírito, e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”


4.2 Manter a Humildade e a Dependência de Deus


É essencial que os ministérios dentro da igreja sejam exercidos com humildade. Aqueles que servem a Deus devem lembrar-se de que, independentemente de seus dons e talentos, são completamente dependentes da graça divina. Paulo expressa isso em 2 Coríntios 12:9: “Mas ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.”


4.3 Renovar a Visão Pessoal do Chamado de Deus


Por fim, é importante que cada pessoa envolvida em ministérios renove constantemente sua visão pessoal do chamado de Deus. Isso envolve uma reflexão sobre o motivo de servir, lembrando-se de que o propósito final não é a exaltação pessoal, mas a glorificação de Deus e a edificação do Corpo de Cristo. Em Colossenses 3:17, Paulo instrui: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”


Conclusão


A frase “As coisas de Deus não são Deus” serve como um lembrete crucial para todos os cristãos, especialmente aqueles envolvidos em ministérios dentro da igreja. Embora seja importante servir ao Senhor por meio de obras, nunca devemos esquecer que o relacionamento com Deus é a base de tudo. É fácil se enganar, colocando atividades, reconhecimento e dons espirituais no lugar de Deus, mas o verdadeiro ministério começa no coração, em uma vida de adoração, humildade e dependência de Deus.


Em última análise, as coisas de Deus são instrumentos para nos levar mais perto d’Ele, e não substitutos de Sua presença em nossas vidas. Que possamos, ao servir, sempre lembrar que Deus é o fim último de toda a nossa adoração e serviço.

As Coisas de Deus Não São Deus: O Perigo do Ativismo Espiritual e o Esquecimento de Deus no Ministério As Coisas de Deus Não São Deus: O Perigo do Ativismo Espiritual e o Esquecimento de Deus no Ministério Reviewed by Construindo Histórias on dezembro 30, 2024 Rating: 5

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